Eu sempre gostei de escrever, mas eu gosto mesmo é de ler.
Aprendi a ler ali pelos 4 anos e desde então eu leio tudo que aparece pela frente - um dos apelidos que minha mãe me deu era Crocodilo, porque eu não lia, eu devorava os livros. Ainda hoje eu leio de 30 a 50 livros por ano, dependendo do tamanho. Um livro de 1500 páginas chega a me fazer salivar.
Escrever sempre acompanhou a minha voracidade pela leitura, apesar de nunca ter me dado vontade de trabalhar com isso. Não tem jeito mais eficaz de estragar uma paixão do que trabalhar com ela, não é?1
Não sou escritora, não sou jornalista, não sou nada disso, mas eu gosto de escrever e pra mim a palavra escrita é uma das formas mais polidas e eficazes de comunicação - desde que o escritor saiba transmitir e que o leitor saiba interpretar, claro.
Então vou aproveitar enquanto estou inspirada (será que é o frio?) e continuar estas newsletters enquanto der.
Acho que seria uma maneira bem gostosa de poder apoiar meu trabalho sem dependermos de redes sociais. O que vocês acham?
Enfim aqui vai o que importa: uma matéria, uma recomendação e uma experiência. Tudo em texto - sorry, mas vou tentar obrigar vocês a ler também.
Buon appetito!
Carolina Garofani • Caramelodrama
Uma matéria: quando a comida é feita pra ser postada, importa se ela é boa?
A Marie Declerq escreveu uma matéria para o Joio e o Trigo, um dos meus sites preferidos sobre comida, questionando esses restaurantes “instagramáveis” que se promovem mais pelo espetáculo do que pela qualidade da comida. Vão lá assinar a newsletter dela também, o link tá ali em cima no nome dela.
Link para a matéria:
https://ojoioeotrigo.com.br/2024/06/quando-a-comida-e-feita-para-ser-postada-importa-se-ela-e-boa/
Minha opinião pra quem quiser:
Eu não frequento nem recomendo esse tipo de lugar. Fique à vontade quem gosta, mas a Escola Paris 6 de melequentice e espetáculo não é pra mim. Eu gosto de restaurantes pequenos com comida bem feita e acústica boa.
Uma recomendação: O frango ensopado da minha mãe
Vamos continuar falando de texto sim, mas eu trouxe um livro que é delicioso e super leve: uma coleção de crônicas e contos da saudosa Nina Horta, todos publicados na coluna que ela tinha na Folha de São Paulo.
Chama O frango ensopado da minha mãe e basicamente me carregou durante a pandemia - quando eu estava me sentindo triste abria o livro em qualquer página e lia algum dos textos em voz alta para mim mesma.
Doçura e paz interior instantâneas.
Meu preferido é o conto Goiaba, e fiz até um vídeo na época lendo em voz alta pra entreter todo mundo que estava quarentenado e aflito em casa. Gosto deste porque passei a infância pendurada na goiabeira que tinha na casa da minha avó - e comia a goiaba branca com bicho e tudo.
Nina faleceu em 2019 aos 80 anos, deixando órfãos todos os foodies e gourmands do Brasil.
Também da Nina tem o Não é Sopa, tão caloroso quanto:
Uma experiência: dia de terroir com a chef Manu Buffara e Perrier-Jouet Brasil








A Colônia Witmarsum aqui perto de Curitiba mora no meu coração. Um casal muito querido de amigos se mudou para lá em 2019 e aí começou minha relação com esta comunidade cheia de surpresas - e quem me acompanha vê que eu estou lá pelo menos uma vez por mês.
Semana passada fui participar deste evento lindo que a Perrier Jouet fez com a premiadíssima chef Manu Buffara para celebrar o terroir e os produtos aqui da Colônia. O evento foi na bela Casa Alta, que é onde moram meus queridos Israel e Carol da PaniPano aventais.2
Minha função seria liderar a caçada de cogumelos Porcini, que aparecem nesta época, e ajudar a receber os 15 convidados entre jornalistas, criadores de conteúdo e personalidades da gastronomia de São Paulo que a marca trouxe para cá.
Teve queijo do nosso querido mestre queijeiro Josef Lotscher, mel de abelhas sem ferrão do seu Benedito da Abelha Brasil, chocolate da KakaoWit, gelato da Oak Farm, pães do Pão da Casa, decoração da Casanita e queijos da Cooperativa Witmarsum, além da mesa linda de brunch que a chef Manu preparou com a ajuda da Layla - e que eu não cansava de fotografar.
É gratificante demais poder promover os produtos únicos da nossa região e valorizar o pequeno produtor - isso se faz com maestria nos países da União Europeia e por aqui estamos trilhando o mesmo caminho, com amor e qualidade.
Foi um dia delicioso de sol e sorrisos - os únicos que não quiseram comparecer foram os Porcini, porque tem chovido pouco e eles precisam de muita umidade. Oh well.
Beijos de queijo e champagne,
Na próxima edição vai ter receitinha!
Não esqueça de visitar meu site! Lá tem textos e receitas e fotos e muitas delícias:
Terminei de escrever isso e imediatamente lembrei que me apaixonei perdidamente pela confeitaria e trabalho com ela há 15 anos. Enfim, a hipocrisia
A casa não é aberta para eventos e visitas!